DIY é mais do que estimular o cérebro, é também uma forma de ser contra o sistema corporativo/industrial e também monetarista.
Podemos trocar experiências, conhecimentos e até mesmo o produto final.

Na construção a coisa é sem mimimi e momomo, o papo é rústico e reto! :oD

Sai da cidade grande em nome de um dia a dia mais salubre e para construir minha casa com uma boa oficina, e nela poder fazer minhas estrapizongas mais livremente, o resto é história...

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Aproveitando o madeiramento

Me pediram umas sugestões de aproveitamento do madeiramento das caixarias.
Bem, já havia colocado aqui uma calha experimental para oficina que fiz com as tábuas de 30 e agora tem um pequeno uso para os pontaletes junto com a mesma tábua.




Bom, tá aí!
Uma mesinha simples para um vaso com uma parte inferior que talvez eu coloque uma fonte de água para as gatas (aí no canto inferior direito a Berenice).

Vou fazer umas coisas maiores com os pontaletes e depois coloco aqui.

Lixo é como mato.
"Mato" é tudo aquilo que deveria estar lá e nossa estética paranoica classe média não admite.
"Lixo" é tudo aquilo que não temos imaginação ou não nos damos ao trabalho de transformar.

Separar o lixo é a mesma coisa que político que promete educação, segurança e saúde, é obrigação e não algo a ser mencionado.
Ter trabalho, rever nosso padrão de consumo, doar nosso tempo e alterar nossos valores é que são atitudes de fato.

sábado, 4 de julho de 2015

Bioconstrução

Quando acabar minha casa coxinha como um produto atrativo para a classe média meus planos contemplam partir para a bioconstrução e possivelmente uma ecovila.

http://www.jardimdomundo.com/receita-para-construir-sua-casa-com-suas-proprias-maos/

"Casinha" de bioconstrucão (COB). Como muitas, feita em mutirão.
Clicando na foto pode-se ir ao site de como ela foi feita.

As técnicas de bioconstrução não são novidade. Como os próprios divulgadores enfatizam, elas são o resgate de técnicas antigas com algum emprego de materiais novos.
A bioconstrução é muito mais do que uma casa menos agressiva ao meio ambiente, ela é parte de todo um modo de vida mais humano e harmonioso com o meio ambiente e com a comunidade. É o retorno da ética no modo de viver.

No meu outro blog escrevi sobre ecovilas e no facebook tenho um grupo para ver se fazemos uma ecovila em SP (leia estado, dificilmente cidade), ou se ao menos fomentamos uma alteração nos nossos valores, hoje saturados pela ideologia do trabalho/consumo/acúmulo, que só nos trouxe ansiedade (e outras doenças civilizatórias), individualidade, ausência de ética e devastação ambiental.

Não me estenderei no assunto da bioconstrução que é amplo. No citado grupo do face tem indicações e uma área de publicações para quem se interessar. Aqui uma boa síntese.

Se ela é durável?!
Quase tudo o que temos de história foi baseado nelas.
A grande mesquita de Djenné foi feita em adobe (técnica de bioconstrução de tijolos de terra) em 1280.






sexta-feira, 12 de junho de 2015

Sanca e moldura.

A moldura dá um acabamento muito bom nas paredes, tanto as revestidas como as não revestidas.
O tamanho depende da dimensão da casa. Creio que quanto maior a casa maior a largura da molduras.

Sigo a mesma lógica dos revestimentos. Não adianta colocar um piso de 80x80 cm num banheiro de 1,30m de largura. Fica ridículo.
Também não fica estético colocar piso de 20x20 cm numa cozinha de 20m2 ou mais.

Como havia instalado o alarme e os fios ficaram pra fora aproveitei para fazer as molduras. Optei por molduras de 12x12 cm retas. Não gosto de rococó.
Apenas lembrando que prefiro sensores com fio. Não esqueci dos conduítes dos mesmos durante a obra, foi apenas saco cheio de ficar orientando pedreiros e achar bizarro essa história de "rasgar depois" da alvenaria tradicional.


Cobrindo os fios do alarme com a moldura.


Também me incomodava a viga no meio da sala de jantar.
Não fiz parede sobre parede nessa parte porque gosto de tudo aberto especialmente na parte inferior da casa e como acima da sala de jantar está a sacada da suíte, ficou uma viga semi-embutida no meio.

Viga semi-embutida que aparecia no meio da sala de jantar.

Se a laje fosse H12, com pequenos ajustes na caixaria (desde que dentro das possibilidades estruturais) até seria possível embutir a viga toda. Sendo H16 ou superior seria bico (evidentemente no vão considerado).
Para sumir com a viga optei pela solução coxinha: sanca.
Admito, acho coxinha pacas, mas como fiz a casa sabendo que seria meu lar temporário pensei na venda: sei que isso cai no gosto da patuléia.

Restavam os fios verticais do alarme, mas esse o pintor se encarregou de sumir com eles.

Fio do alarme da porta descendo pelo canto da parede.


Depois que o gesseiro instala tudo (e faz uma sujeira do cac$%#$) é necessário esperar uns 7 dias para uma secagem completa e aí pode-se pintar, porém o ideal é que se passe umas duas demãos de massa corrida bem diluída (dilui com água e passa com pincel) para dar um acabamento melhor.

Aí minha iniciativa de pintar foi por água abaixo. Massa corrida eu tô fora!
E depois do caos que o pintor fez (não tem jeito, massa corrida é um inferno de sujeira mesmo) eu tive a certeza de que nunca mais usaria tal coisa.
Em alvenaria convencional o pedreiro (o de verdade não o marreteiro) deve fazer com que o reboque na primeira camada (com areia fina e desempenado) fique bom o suficiente para que depois apenas se dê uma leve lixada na parede e se possa pintá-la.

Usei massa corrida em casa não porque goste dessa cara de casa lisinha, mas porque o reboque estava horrível, e depois, nessa fase do gesso/sanca, porque achava que não faria tanta sujeira.

Fio de descida do sensor escondido!

Detalhe da moldura e da sanca ao lado com uma moldura similar.
 
Sanca finalizada e com a fita de led e os spot's de led. Coxinha total!
Na verdade está faltando uns 60cm de fita (note a parte escura à esquerda).
Calculei "nas coxas" e achei que 10 metros seria suficientes.

As fitas de LED vem em rolos de 5 metros. Os tipos mais comuns são as com LED 3528 (30 LED's/m com 24W de consumo e 60 LED's/m com 48W de consumo) e 5050 (alto brilho com 30 LED's/m 36W de consumo e 60 LED's/m com 72W de consumo). Os consumos citados são nos 5 metros.


Costumam vir nas cores branco, branco quente (a que usei), azul, verde, vermelho e amarelo.
Existem também as RGB's que variam a cor conforme o solicitado (tem um controle remoto) e tem efeitos variados. Aí já ultrapassa o coxinha e cai no brega mesmo!

Para uso interno não necessitam de tratamentos para umidade. Já para uso externo devem ser as siliconadas ou até mesmo as em mangueiras no caso de piscina e coisa semelhante.

A escolha da potência e brilho dependem do tamanho do ambiente e da quantidade utilizada. A grosso modo imagine o brilho de uma lâmpada incandescente de 60W (que geralmente cobre um ambiente de 3x4 fácil) como mais ou menos uns 9W de LED e tente visualizar a intensidade que você deseja.

Na minha sanca usei dois rolos de fita 3528 de 24W, ou seja, 48W de LED. Suficientes para o efeito desejado sem exageros.
Os spots foram 5 de 3W, ou seja, 15W de LED sobre a mesa de jantar. Não ficou nada exagerado (não ficaria aconchegante) e nem insuficiente, daí, aquela balela de simplesmente divulgar que uma lâmpada LED de 7W equivale a uma incandescente de 60W é conversa pra boi dormir.

Os spots são ligados diretamente na rede, a fita de LED em geral necessita de fonte.
Usei fonte chaveada de 5A (60W) que cobre com folga a fita.


http://listagram.com.br/comportamento/05/22/10-mandamentos-dos-coxinhas/
 Vai coxinha aí? rsrs




quinta-feira, 2 de abril de 2015

Geracão de energia e sustentabilidade

O uso de fontes alternativas de energia só pode ser considerado "sustentável" se ele for acessível e popular, caso contrário teremos uma grife chamada "sustentável" ou "eco- qualquer coisa" apenas para ostentar para os vizinhos e colocar as fotos nos facebooks da vida.

No meu outro blog já postei algumas coisas sobre ecobobagens (post 1, post 2 e post 3).
Mas vamos aos fatos.
A Aneel aprovou a regulação da microgeração de energia em 2012, o que poderia ser interessante se não fosse uma portaria falha e sem nenhuma outra política junto.
Um micro gerador de energia (até 100KW) e um mini gerador (acima de 100KW e abaixo de 1MW) pode se conectar a rede da concessionária e ter abatimento em sua conta ou até ter crédito em sua conta.
Por crédito entende-se que se for repassado algo para a concessionária você fica com um crédito válido por 36 meses e caso não seja usado você perde o mesmo. Não existe nada de "venda".
Claro, se o consumidor tiver outros pontos de atendimento em seu nome (todo pobre tem várias casas, comércios, etc, não é mesmo?), poderá usar os créditos nesses pontos. Nada como o social!
Apesar de não poderem, as concessionárias de energia colocam toda a espécie de barreiras, como exigência de laudos, equipamentos “homologados”, projeto técnico com ART (“super” acessível para qualquer um), memorial, desenho, diagramas, parecer de acesso, troca de relógio leitor (sob a responsabilidade financeira do consumidor), vistoria, blablabla.
Somente o governo de MG resolveu cobrar o ICMS sob a diferença entre o que chega da concessionária e o que é gerado, os demais estados parecem que cobram sobre tudo (se eu não me engano 25%). Portanto, se vc tiver crédito de geração vc também paga ICMS pela sua própria geração!?!?!?
Ainda faltam o PIS e o COFINS (9,25%)...
O crédito da geração se faz pelo “custo de disponibilidade”, ou seja, te pagam sempre o mínimo. Joia!
Não há nenhum incentivo para a aquisição de painéis solares, turbinas ou partes para a construção dos mesmos. A portaria é como todas as normas e leis nesse país, ou seja, basta uma canetada que tudo é resolvido como mágica (cuidado portanto com a crença de que a redução na maioridade penal por si ira resolver a criminalidade) .
Pelo que estudei, os mapas eólicos brasileiros são bem fracos e a maioria detalha ventos em 100 metros de altura. Sinceramente, que micro gerador vai conseguir bancar uma torre dessas?!
O nordeste tem o maior potencial eólico e o sudeste um potencial fraco/médio dependendo da localidade. Aqui em SP a expectativa não é das melhores, mas em alguns pontos do litoral parece haver algum potencial.
O Brasil tem bom potencial misto (eólico/solar) de geração e portanto seria muito razoável, prudente e estratégico que se incluísse o custo em escala (leia-se: já na implantação do conjunto habitacional) de uma geração mista em projetos de habitação popular. Por exemplo: mini turbina eólica, painéis solares e inversor no próprio custo da habitação popular.
Segundo estudos, isso aumentaria R$ 16,00 nas parcelas do comprador que seria facilmente abatidos de sua conta de luz e possivelmente (supondo habitação popular com gastos da ordem de 100KW) sempre em crédito, ou seja, isso poderia gerar renda se fosse algo decente!!!
A despeito de toda filhadaputagem (desculpem me mas não consigo achar um termo acadêmico para esse tipo de conduta) envolvida, com algum cuidado e planejamento (isso inclui soluções que não são da grife “ecochatos sustentáveis que aparecem no Jornal Nacional”) ainda vale apena desde que se dê uma banana pra essas merdas (ops, escapou) de concessionárias e tome-se cuidado para não “doar” pro pessoal de Wall Street parte dessa iniciativa (vide Stiglitz, Krugman, Sen e Piketty para melhores estudos sobre a necessidade do retorno da moralidade ao capitalismo).
As maneiras mais viáveis de reduzir o consumo de energia elétrica visando redução nos custos fixos pessoais e melhor aproveitamento dos recursos naturais se faz com pequenas soluções pontuais.
Se você quer "aparecer bem na foto" é outro problema.

Numa residência média (definindo arbitrariamente) o consumo gira na casa dos 200KWh por mês, somente a geladeira deva absorver em torno de 50KWh a 60KWh por mês (esse negócio de colocar uma nota de consumo não deveria substituir a divulgação do consumo nominal, mas sim complementá-la).
O chuveiro, supondo 4 banhos diários de 10 minutos no "verão" (uns 2200W), é responsável por aproximadamente 44KWh por mês.
Portanto, pode-se perceber que só esses dois itens já são responsáveis por quase 50% da conta de luz!

Esses são dois bons pontos a se cercar, além de (se é sua opção) luzes que ficam acesas por toda a noite como em algum jardim ou entrada da casa.

O restante do consumo familiar geralmente se faz por pontos variados que ficam ligados por pouco tempo e que possivelmente são embutidos no custo de geração (aquela parte fixa cobrada como mensalidade que lhe dá direito a n KWh por mês que depende do padrão da instalação - B1, B2, C1, etc).

Nas tomadas onde tradicionalmente se utilizam aparelhos que ficam em stand by, como micro ondas, TV`s, etc, pra quem quer ser radical com  a coisa, pode-se instalar interruptores de modo a dispensar o tira e põe na tomada. Ex: o home theater já dispor de um interruptor em algum local do móvel para desligar todos os aparelhos do conjunto ou o armário da cozinha já contar com um interruptor que desligue a tomada do micro ondas.

Update: Um dispositivo residencial típico em stand by deve consumir algo na casa de uns 30mA (0,03A) na média sob 110VAC de alimentação. Ligado 12 horas por dia é o responsável por 1,12KWh por mês.
Um detalhe não estudado é que ao se desligar um desses aparelhos na tomada e religa-lo, uma corrente de surto ocorre, que causa um pequeno pico de consumo e principalmente reduz a vida útil do aparelho. Em stand by, o aparelho sai sempre de uma "partida a quente" digamos assim.
O quanto essa redução de vida útil e esse pico de consumo impactam negativamente na economia citada ainda não está muito clara. Mais uma vez, discursos simplórios afetam nosso julgamento...

A solução off grid, ou totalmente separada da rede elétrica, é um tanto quanto "arrojada" e acho que dados os custos e a durabilidade dos bancos de bateria só é viável em imóveis consideravelmente isolados da zona urbana. Como também não se trata de algo mais acessível como o que eu me referia nem vou entrar em mais detalhes.

Exemplo de projeto off grid.
Os sistemas on grid, ou conectados à rede elétrica, se diferem por não usarem baterias e utilizarem um inversor especial que é conectado diretamente à sua instalação elétrica. Aqui entra o conceito de micro gerador.

Exemplo de sistema on grid.

Devido às dificuldades impostas aqui na terrinha, um conjunto de gerador eólico entre 600 e 1000W acrescido de um conjunto solar de uns 400W poderia ser uma ótima opção, sem correr o risco de se perder os créditos de geração e simplesmente ignorando a concessionária de energia.

Com boa vontade é possível fazer tudo em casa (aqui ou aqui um exemplo bom do que pode ser achado na rede), menos as células solares (mas você ainda pode comprar em módulos e fazer a placa toda). No caso do inversor grid tie, a sua execução é mais complexa, portanto, se não tiver prática/conhecimento em eletrônica acho aconselhável nem arriscar.
Projeto que vou adaptar: parte 1, parte 2 e parte 3.

Associando esse sistema a um aquecedor solar (aqui homemade sem instalação especial e outras frescuras) podemos ter uma redução significativa na conta!

Aqui um estudo de caso de 2013 sobre uma residência familiar popular. Note que mesmo com equipamentos com preços um pouco altos e a energia elétrica mais barata que a atual, o sistema ainda é compensatório.


Conclusão: se não conseguir baratear o custo de implantação, o retorno do investimento será em muitos anos, desestimulando o consumidor a adotar uma postura ecológica dado as condições econômicas da maioria.
Se a sua ideia for aparecer no JN e colocar fotinhos no seu perfil de família de margarina, basta gastar uns 50 ou 60 mil pra mandar colocar tudo o que a grife "sustentável" disponibiliza.
Porém, se a sua ideia for a de poupar (isso também é uma postura ecológica por si só), continuando a se praticarem os atuais preços dos equipamentos no Brasil, a saída mais viável é dar uma banana para a burocracia junto a concessionária de energia, fazer muita coisa em casa e planejar muito bem o projeto.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Lâmpadas de LED, trocar ou não, eis a questão.

As lâmpadas de LED estão baixando de preço e diferentemente das econômicas fluorescentes, elas podem valer a pena.
O preço internacional de uma lâmpada de LED E27 (o soquete de rosca que utilizamos) de 9W situa-se entre US$ 2 ou US$ 3 (fev/2015). Aqui no "crato" (que me perdoem os habitantes da cidade) ainda está um pouco caro.

Lâmpada LED "tradicional" E27 com dissipador em alumínio.
Seu ângulo de iluminação (dispersão da luza) de 180 graus aproximadamente
favorece seu uso em luminárias de teto.

Apenas para pontuar: com dados em mãos (sem 'achismos' e discursos anedóticos) é fácil afirmar que não é porque no Brasil se tem muita carga tributária, já que em outros países democráticos ocidentais a carga é similar, e ainda que inferior, não justifica a diferença, portanto, sobra a tradicional avareza exploratória do empresariado local.

Lâmpada de LED "espiga" também E27 com maior ângulo de iluminação,
em torno de 210 graus. Melhor uso em luminárias para jardim por exemplo.

Nesse preço ainda não estão embutidos custos ambietais, já que isso é ainda uma discussão entre os economistas e requer um certo grau de estudos ainda.
O fato é que elas são mais complexas de reciclar que as incandescentes, ainda que bem menos nocivas que as fluorescentes.

Lâmpada de LED que substitui as fluorescentes tubulares
(deve-se retirar o reator e refazer a instalação da luminária se quiser aproveitá-la.


As tais tabelas de conversão de potência são meio "nas coxas" (aquele discurso de "uma lâmpada de LED de 7W equivale a uma incandescente de 60W) já que são feitas de maneira aproximada sobre a quantidade de lúmens que uma lâmpada fornece e não leva em conta o ângulo de dispersão e outras variáveis, ou seja, pode ser uma maneira reducionista deliberada de fazer com que o preço de uma lâmpada de LED esteja mais próximo de uma incandescente.

A despeito da teoria que não convém me estender, eu acho que irei fazer um teste com um luxímetro e colocar os ensaios aqui.

A durabilidade também é algo que devemos pensar.
Os dispositivos semicondutores (como é o caso do LED, light-emitting diode), em tese, não deveriam ter durabilidade limitada (teoricamente poderiam durar até infinitamente), onde por "limitada" nos situamos no âmbito de uma vida humana, portanto, deveria ser uma geração ao menos, ou seja, algo por volta de 30 anos (quem não viu aquele rádio antigo funcionando até hoje sem nunca ter dado um defeito?).

Se duram menos, lamentavelmente é devido ao nossos empreendedores espertos que se valem da obsolescência programada para que seus acionistas possa trocar de jatinho.

Enfim, resumindo, eu creio que é possível que valha a pena a troca das incandescentes (e até as fluorescentes por questões ambientais e de qualidade), porém deve-se verificar muito bem os preços (acho que não se deve aceitar pagar mais do que R$ 12 ou R$ 13 numa lâmpada de LED de 9W - sem estudo adequado, porém, com boa base de intuição devido ao meu conhecimento teórico e prático em eletrônica) e o uso, além de avaliar a durabilidade de um determinado fabricante antes de adotá-las por completo em sua casa.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

(pseudo) Segurança residencial

Segurança é um assunto espinhoso também.
A maior parte dela visa mais o aspecto psicológico que prático.
Ninguém está imune à violência mesmo que ande e durma com um segurança particular estilo Rambo, treinado no Mossad e com especialização nos Seal.

Violência é um problema endêmico de aglomerados urbanos, especialmente os que objetivam a individualidade, status, superficialidade, lucro a qualquer custo (eufemisticamente chamado de ambição) e onde tudo é perdoado em nome do "sucesso" (síntese gentil para a hipocrisia de olhar somente pro próprio nariz e usando qualquer método não ético - lícito ou não - para se chegar a esse objetivo).

A essa sociedade 'colocaremos no popular' como NÓS.

Enfim, não se deseja sofrer com a violência, e como a expectativa é de piora (seja socialmente e ambientalmente) tentamos nos proteger. Lembrando que 'otimista' é um sujeito desinformado que usa a esperança como vara mágica para desenhar um pseudo futuro.

O meliante (juro que não sou delegado de polícia) é um empreendedor, ilícito mas um empreendedor... apesar de que a maioria dos grandes empreendedores... bem deixa pra lá, eu fui empresário e vi na pele que para você crescer e se destacar (sair da mediocridade), uma boa dose de atividades "estranhas" deve ser praticada: sonegação tributária (lícita ou ilícita), exploração de pessoal (trivialmente chamado de "eu pago dentro do mercado"), tráfico de influências (a gentilmente conhecida como "meu amigo me indicou"), trust, uso de informações privilegiadas, evasão de divisas, etc, etc, etc.

Claro, você acreditava na história do sujeito que começou vendendo laranjas que ouvia da Camargo Correa, Siemens, Cisco, Banco Santos, Lehman Brothers, Casas Bahia, Apple... aff, a lista é interminável, deixa pra lá...

Voltando ao tema, devemos lembrar disso, ou seja, que os meliantes são empreendedores, eles tem planejamento, análise de risco, lucratividade, logística, execução, etc.

Por exemplo: 
  1. um veículo é "encomendado" a um "puxador";
  2. ele avalia as "ofertas" (aonde se acha mais fácil);
  3. avalia os riscos (ambiente, iluminação, segurança, rotas de fuga);
  4. avalia o lucro (ganha-se uns 400 ou 500 paus por um carro nacional, portanto, se ele puder "capitalizar" algo a mais como um GPS, som, rodas, etc, é um "plus");
  5. planeja a ação e executa.
Cansado de ser roubado e aliado ao fato de que não ligo a mínima pra isso (porque um liquidificador eu uso por décadas e um carro apenas um ano? estranho né? errado, desculpas esfarrapadas e hipocrisia à parte é apenas status, mas claro, é um direito seu, mas não seja hipócrita, isso é ofensivo aos outros) deixei a bagaça sempre suja e arranhada e sem nenhum penduricalho eletrônico.

Resultado: nunca mais fui roubado e nem sequer gasto mais dinheiro com seguro.
Meu meio de transporte não é um bom negócio para os "empreendedores" ilícitos.

E a casa, o que faremos?

Bom morar numa casa detonada não me parece algo agradável, então, pode-se minimizar o "interesse alheio por ela".
Condomínio fechado ou apartamento?
Bem, isso é pessoal, mas não mais seguro.

O que ocorre, como você pode notar nas pesquisas e na imprensa, é que em prédios e condomínios o risco é maior, porém a lucratividade também e a consequência é atrair um grupo mais especializado, organizado, bem armado e geralmente mais violento.

Soma-se a isso alguns fatores que não me cheiram bem: essa segregação descarada e a criação de uma geração de debiloides que não sabe atravessar uma rua sozinho e de conviver com as diferenças.
Ops, fugi do assunto de novo...


Então se for casa, podemos fazer fachadas mais simples com menos ostentação, claras e acessíveis.
Por acessíveis entenda com visão bidirecional: de dentro para fora e de fora para dentro.
Segundo especialistas, casas com muros altos e portões fechados atraem mais pois o "sujeito" tem mais segurança e privacidade para fazer o que bem entender após estar dentro.

Na zona oeste de São Paulo, bairro do Butantã atrás da USP, uma professora cansou de ser assaltada e seguiu orientação de um capitão da Polícia Militar: retirou o muro.
A casa ficou como uma casa americana.
Acabaram os assaltos.
Não que isso seja garantia, mas estamos falando de minimizar as ocorrências.

Sinto-me mais seguro (atente ao "sinto-me" - sentir <> estar) com muros altos, então os mantive (comprei o terreno já murado) e fiz grandes portões vazados.

Odeio grades mas fui obrigado a colocá-las.
As grades devem ser de ferro galvanizado e muito bem chumbadas na parede, nada de buchas. No caso das malditas janelas maxi-ar, se você desejar abri-las adequadamente as grades terão que ficar por dentro da casa (caso contrario seria um contrassenso colocar uma maxi-ar e impedir que elas tivessem abertura total).

Atenção às bitolas mínimas dos ferros. 
Para uso interno (sem acesso direto à rua): 5/8" x 1/4" para barras chatas e 3/8" para barras redondas.
Para uso externo (com acesso direto à rua): 1" x 5/16" para barras chatas e 1/2" para redondas.

Uso de metalons (tubos) em grades de portas e janelas acho uma perda muito grande de iluminação. Deve-se avaliar com cuidado.

Certifique-se que o serralheiro solde toda a volta das uniões e de ambos os lados. A maioria só "ponteia" (faz pontos de solda) as uniões e muitos ainda colocam massa plástica pra disfarçar.

Se você deixar alguns pontos (umas barras chatas ou redondas) já chumbadas ao redor das portas e janelas durante a construção facilita e evita novas quebradeiras depois.

Curiosidades bizarras. Foto da internet.

Grade clássica (se é que se pode chamar assim). Foto da internet.

Grade com rococó (rs). Foto da internet.

Sanfonada (abre e fecha). Foto da internet.

Existem um monte de modelos. Todos horríveis. Escolha (infelizmente) o seu.

Para muros e cercas existem o arame farpado e as concertinas, individualmente ou em conjunto. O tradicional caco de vidro ainda resiste como opção barata.

Concertina e arame farpado juntos. Foto da internet.

"Canino duplo" ou spikes. Foto da internet.

Escolha o seu para "decorarmos" nosso campo de concentração.

Assim como a cerca elétrica, não há legislação própria a respeito dessas proteções perimetrais, mas o comum são normas municipais que estabelecem altura mínima de 2 metros e placas de advertência a cada 5 metros.

É conveniente que a cerca elétrica seja integrada a um alarme e tenha a opção da sua monitoração (alarme sonoro por aterramento ou corte, e claro, perda de pulsos por uma invasão) poder ser desativada em nome da boa educação: cercas mau instaladas costumam disparar aleatoriamente com frequência e atazanam a vida de todo mundo.

A cercas elétricas necessitam de boa instalação para evitar fugas de tensão, que causam ruídos chatos e os tais disparos desagradáveis.
Geralmente tem alta tensão pulsada em torno de 8KV e 12KV. Alta tensão com baixíssima corrente, o que as tornam seguras, o que não quer dizer inofensivas.

Mortes ou lesões corporais causadas por dispositivos de segurança mesmo que em situações legítimas de defesa não impedem um processo civil ou mesmo criminal.


O uso de molas para repuxo dispensam ajustes constantes decorrentes das
dilatações e contrações térmicas dos fios e garantem melhor estética e funcionalidade.

A bitola do fio deve ser avaliada. Cercas muito extensas e nos litorais devem ser de preferência de 0.8mm em aço inox.
Em outros casos 0.6mm pode ser utilizada, porém, em aço inox também.

As hastes de alumínio são mais indicadas em locais que sofrem com a maresia, porém são bastante frágeis. As de ferro galvanizado costumam ser de melhor qualidade.
Se forem tubos (redondos ou quadrados) galvanizados melhor ainda, porém o preço...


Cercas elétricas monitoradas são montadas (continuidade e nào a simples condução entre os fios)
de modo a poder se checar seu bom funcionamento na central,
porém dificilmente essa norma é seguida pelos instaladores.

De preferência para centrais de alarme com cerca elétrica integrada que tenha unidade discadora (para discar para alguns telefones em caso de disparo), controles remotos não clonáveis e ao menos dois setores.

Os setores são agrupamentos de sensores que podem ser monitorados e ativados separadamente, fazendo com que se possa por exemplo ligar portas e janelas do andar superior num setor e portas e janelas de andares inferiores em outros.

Isso é muito útil, por exemplo, para usar um setor quando se está em casa e dois ou mais quando se viaja.

Com fio ou sem fio vai da possibilidade e preferência.
Os com fio são mais estáveis e de manutenção zero, os sem fio mais sujeitos a problemas e com a necessidade de troca de baterias.

Sensores magnéticos sem fio são bastante aceitáveis, já os de presença sem fio costumam dar muita dor de cabeça: disparos falsos e alto consumo de bateria.





 Aparência de um típico sensor magnético com fio.
Nada mais é que um conjunto de reed switch
("interruptor" magnético de um lado e imã de outro).
Usado para controlar a abertura de uma porta ou janela, ao ser aberta,
o ímã se distância do "interruptor que "abre" o circuito.

 Aparência de um típico sensor magnético sem fio.
O mesmo "interruptor" magnético e ímã acrescido de um circuito transmissor.



 Sensor de presença passivo por infravermelho.
Com ou sem fio são muito semelhantes. Eles atuam captando as emissões de infravermelho dos animais de grande porte. Os "PET" são apenas sensores que ignoram determinada altura pois é virtualmente impossível para dispositivos desse porte discernir entre um cachorro e um homem, portanto, cuidado com o papo de vendedor.

Sensores de barreira ou infravermelho ativo. São dispositivos que de um lado contém um emissor infravermelho e do outro um receptor, de modo que ao ser interrompido o feixe, um disparo ocorre.
Não existem sem fio e podem ser usados em portas, janelas, sobre muros e portões.


Câmeras e circuitos fechados de TV (CFTV) quando usados com aparelhos de boa (câmeras com uma boa resolução - tchan! as mais caras - evidentemente ligadas em aparelhos compatíveis) e que tenham gravação são uma boa para investigações.
Não sei se inibem ações de fato como outros meios.

O monitoramento pela internet é interessante, mas de eficiência discutível se você estiver longe e não tiver ninguém de confiança para dar uma olhada no local.
Lembre-se que você chamar a polícia dizendo que está "vendo" alguém entrar na sua casa pode gerar, digamos, uma ação nula.

Cachorros podem ajudar, mas sinceramente eles latem pra qualquer coisa, portanto sua credibilidade é nula, fora o fato de que matar esses animais não é algo que pese na consciência de um bandido.

E lembre-se de ter respeito ao outros: ninguém é obrigado a ouvir seu pet todo dia.
Eu gostar de hipopótamos não me dá o direito de tê-los no jardim fazendo toneladas de merda e de passear com ele em locais públicos fazendo o mesmo tipo de coisa.


 


Casa matas, campos minados, fosso de crocodilos e outras formas não ortodoxas de segurança perimetral são bastante eficientes, porém com alto riscos de acidentes e possivelmente ilegais.

Uma sociedade mais justa, igualitária e com valores éticos ainda seria a solução definitiva e quase total.