DIY é mais do que estimular o cérebro, é também uma forma de ser contra o sistema corporativo/industrial e também monetarista.
Podemos trocar experiências, conhecimentos e até mesmo o produto final.

Na construção a coisa é sem mimimi e momomo, o papo é rústico e reto! :oD

Sai da cidade grande em nome de um dia a dia mais salubre e para construir minha casa com uma boa oficina, e nela poder fazer minhas estrapizongas mais livremente, o resto é história...

domingo, 29 de setembro de 2019

Agora é a hora do desapego

Minha casa foi minha commodity, não no mal sentido (o da exploração, enganação e especulação desenfreada) mas para usar o sistema contra o sistema.

Ela agora será minha plataforma para um projeto mais ambicioso (no sentido de mais humano, mais moralmente correto, enfim, o bem, como os antigos filósofos gregos já o discutiam), o de montar uma comunidade intencional (ou semelhante, mas muita água irá rolar ainda) e deixar um legado ao mundo dos seres vivos, ainda sabendo que isso nada mais é que um grão de areia no universo.

O meu projeto coincide com os meus 50 anos... os 2/3 da vida que se foram e ao último 1/3 (sendo otimista por incrível que pareça), onde devo à sociedade e ao mundo o retorno da minha oportunidade de ser 'eu'.

Somos o fruto de tudo no entorno, das estrelas muito mais massivas que o nosso Sol herdamos quase toda a matéria que compõe nosso corpo e da sociedade que nos rodeia todo o nosso conteúdo.

Somos, como qualquer existencialista facilmente demonstra (vide, por ex, 'O ser e o nada' de Sartre), o resultado de toda a nossa história e com isso, de nossas experiências. Somos um saco vazio na ânsia de sermos preenchidos.

Num mundo praticamente condenado pela calamidade ambiental do qual fomos (como espécie) indiscutivelmente, no mínimo, os aceleradores desse destino cruel, onde já eliminamos quase 50% de todas as outras criaturas viventes e montamos a nossa própria cama para uma hecatombe futura, o mínimo que os bons (no sentido daqueles que pensam que o bem comum enfim é o que deveria ter sido o nosso objetivo sempre) deveriam fazer é se livrar do ego, do apego e da bobajada hereditária em nome de algum futuro que parece não mais existir para a espécie humana e seus "colegas de viagem" (os outros viventes) dessa espaçonave que chamamos de Terra.

Atualmente algo historicamente inédito se aproxima da espécie humana: a conjunção de uma severa crise ambiental, uma enorme crise econômica e uma já bem instaurada crise social (com o coroamento de um poder fascista).

Enfim, minha construção esta aí, para quem quiser arrematar.

O belo, se isso importar a alguém, é que irá financiar algo potencialmente fantástico: o reencontro dos humanos com a vida comunitária e um pequeno pedaço de terra a ser protegido para sabe-se lá quais outras gerações, que, assim espero, um dia olhem para a história e reflitam a insanidade que foi embarcar numa jornada neoliberal de consumismo e individualismo sem se importar com os demais seres vivos e às futuras gerações.


Está aí meu nada, que quero transformar em algo mais belo que apenas a posse desprezível.

Em Peruíbe, há 600m da praia, em bairro nobre e com todos os cuidados de quem fez para si.

Atualização: em novembro de 2019 ela foi arrematada.
Nenhum arrependimento, nem apego. 
Trabalho concluído e missão cumprida.












A sanca ficou bem bonita com a fita de LED's e as luminárias tbm de LED.
Projeto e execução (parte elétrica) do Sr Coisa, claro.





















A coisa toda é distribuída assim:


Enjoy!



Tudo com projeto aprovado, planta, ART, habitesse, etc, pois não vale arrotar moralidade se vc se corrompe ou é corruptor.
Como disse o prof Leandro Karnal, a corrupção é a salsinha no dente: você só vê a dos outros.

Se eu tenho vergonha?!
Com certeza não. Vergonha deveria ter aquele que habita o mundo apenas e tão somente para sua própria realização e prazer, ignorando solenemente todos os indicativos de que nós não somos NADA sem todos os OUTROS.

Viva e deixe viver.
Que o universo se encarregue de varrer nossas vãs pretensões.









terça-feira, 18 de junho de 2019

Forno iglu parte 2

Demorei pra acabar e mais ainda pra postar...
Olha aí a finalização com uma pintura simples marfim



Depois parti pro armário.
Queria uma coisa rústica.
Arrisquei a tábua de pinus, pré seca e parelhada.


Fiz o arremate das bordas já pra servir como molde pra um acabamento mais fino de cimento queimado sobre o cimento (mal queimado, rs) do pedreiro.

O termômetro é um profissional até 500͒ graus Celsius, o da churrasqueira não foi frescura, eu comprei errado pro forno mesmo e aí coloquei nela.


domingo, 30 de setembro de 2018

Forno iglu

Depois de tudo acertado na churrasqueira vamos ao forno iglu.

Mais uma vez optei pelo pré-moldado.

De acordo as pesquisas que fiz, optei pela chaminé frontal e diâmetro interno de 1m. 
A grosso modo é porque a chaminé frontal permite menos perda de calor, mais eficiência na eliminação da fumaça e não dá "aquela baforada de calor na cara" quando abre a porta.O tamanho foi porque várias pessoas (inclusive profissionais) me disseram que fornos menores, apesar de gastar menos lenha, sobem a temperatura rápido e a perdem também rápido, dificultando um platô térmico confortável e reduzindo a área de trabalho com a massa.

Entre sua base e a bancada foi colocado uns 3 a 4 cm de areia para melhorar o isolamento térmico.
Depois o nivela-se e rejunta-se a base com argamassa refratária no meio e nas bordas (selando a areia).



Depois monta-se as peças começando pela boca. Particularmente achei que as coisas não encaixam direito seja lá de que modo fizer, mas admito que fiz sozinho e essas peças são pesadas pacas.


Rejunta-se tudo com argamassa refratária.
Fiz um reforço na parte superior "laminando" duas camadas de argamassa refratária com tela de galinheiro... o seguro morr...


Depois revesti com lã cerâmica (pode ser utilizado a lã de rocha e não invente nenhuma outra!) e fiz amarração com tela de galinheiro. Infelizmente não tirei foto, mas é como o esquema abaixo.



Depois chamei o pedreiro pra fazer o reboque. Uns 4 a 5 cm de reboque com cal comum e depois de curado um acerto com argamassa.







Ficou com 1,30m de diâmetro.
A chaminé é um tubo de galvanizado de 15cm (6") com damper (uma válvula pra ajudar a controlar a temperatura) e chapéu chinês.
Eliminei a peça que vem junto pra adaptar a chaminé pois ela faz um gargalo excessivo nessa linha.
Rejuntado a chaminé com argamassa refratária é partir pros acendimentos iniciais!

Depois já posso dar o acabamento na bancada, colocar a cuba e talvez umas portinhas nas partes de baixo.


quarta-feira, 27 de junho de 2018

Área do churras

A área de churras com forno a lenha, com seu telhado em duas águas sobrepostas/transpassadas para aumentar a ventilação.

Aproveitei para trocar o telhado da oficina (originalmente uma suíte de hóspedes) que nunca me agradou.




Como o texto do post da oficina dizia, a área de churras seria ao lado. Planejado e, bem, alguns anos depois executado. :o)


Depois do novo telhado deu um belo up!

Usei as telhas "gres", ou telha piso como chamam em alguns lugares.
São telhas cerâmicas prensadas, como se faz piso cerâmico. São mais leves, não absorvem água e são maiores.


Elas são mais caras que as cerâmicas comuns, mas rendem 12pçs/m2 ao invés de 16,5 pçs/m2 de uma romana tradicional, fora isso, por serem mais leves (em torno de 40%) e não absorverem água (o peso da telha de barro úmida é levado em conta no cálculo da carga do telhado) economiza-se no madeiramento.

Mas é importante alguém que as conheça pois caso contrário o carpinteiro ou pedreiro e mesmo o engenheiro fará com os tradicionais 50cm entre caibros, 1,80m máximo entre vigas, etc. Aí, babau economia na madeira.

Usei cambará, vigas de 15x5 (parelhada perde uns 0.5cm) espaçadas em 2,20m (o vão máximo é 3m), caibros 5x5 espaçados em +/-70cm e ripões (2,5x5; aquelas ripinhas são muito porcaria e não permitem espaçamento maior nos caibros) de acordo com o fabricante da telha.

Aqui dá pra ver melhor. A água de trás estava feita apenas sobre a oficina, pois na área do churras iria fazê-la com uma abertura de 30cm entre essa água frontal e transpassada em uns 60cm.


Dessa maneira mantive excelente ventilação e iluminação natural, além de manter minha porta do forro acima dessa água e levá-la direto pela lateral da casa.


Mesmo com chuva forte o máximo que se sente são mínimos respingos numa pequena área. Coisa prevista e que sinceramente não me incomoda pois não é uma área estanque e minha prioridade é a ventilação e iluminação.

A churrasqueira preferi as pré fabricadas pois tijolinho não combina com construção moderna e, sinceramente, não queria me amolar com isso. É só pra assar uns veganos de vez em quando...
Ela já veio assim marfim.
A chaminé preferi em dutos de galvanizado com 25cm de diâmetro.

A bancada fiz de concreto na mesma forma da laje do forno de pizza (que estará ali no canto).

Não ficou muito bem acabado e vou ter que me virar pra acertar isso. Depois posto os resultados.




A água de trás prosseguindo pela lateral de serviço da casa.


Também tenho que pintar tudo, mas o "rufo man" ainda não veio...

As madeiras pintei com Sparlack Neutrex Mogno. Duas demãos antes de colocar (assim mancha menos... sabe como é, pedreiro, bem, deixa pra lá...) e uma pra finalizar depois de tudo limpo.



segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Aproveitando o madeiramento

Me pediram umas sugestões de aproveitamento do madeiramento das caixarias.
Bem, já havia colocado aqui uma calha experimental para oficina que fiz com as tábuas de 30 e agora tem um pequeno uso para os pontaletes junto com a mesma tábua.




Bom, tá aí!
Uma mesinha simples para um vaso com uma parte inferior que talvez eu coloque uma fonte de água para as gatas (aí no canto inferior direito a Berenice).

Vou fazer umas coisas maiores com os pontaletes e depois coloco aqui.

Lixo é como mato.
"Mato" é tudo aquilo que deveria estar lá e nossa estética paranoica classe média não admite.
"Lixo" é tudo aquilo que não temos imaginação ou não nos damos ao trabalho de transformar.

Separar o lixo é a mesma coisa que político que promete educação, segurança e saúde, é obrigação e não algo a ser mencionado.
Ter trabalho, rever nosso padrão de consumo, doar nosso tempo e alterar nossos valores é que são atitudes de fato.

sábado, 4 de julho de 2015

Bioconstrução

Quando acabar minha casa coxinha como um produto atrativo para a classe média meus planos contemplam partir para a bioconstrução e possivelmente uma ecovila.

http://www.jardimdomundo.com/receita-para-construir-sua-casa-com-suas-proprias-maos/

"Casinha" de bioconstrucão (COB). Como muitas, feita em mutirão.
Clicando na foto pode-se ir ao site de como ela foi feita.

As técnicas de bioconstrução não são novidade. Como os próprios divulgadores enfatizam, elas são o resgate de técnicas antigas com algum emprego de materiais novos.
A bioconstrução é muito mais do que uma casa menos agressiva ao meio ambiente, ela é parte de todo um modo de vida mais humano e harmonioso com o meio ambiente e com a comunidade. É o retorno da ética no modo de viver.

No meu outro blog escrevi sobre ecovilas e no facebook tenho um grupo para ver se fazemos uma ecovila em SP (leia estado, dificilmente cidade), ou se ao menos fomentamos uma alteração nos nossos valores, hoje saturados pela ideologia do trabalho/consumo/acúmulo, que só nos trouxe ansiedade (e outras doenças civilizatórias), individualidade, ausência de ética e devastação ambiental.

Não me estenderei no assunto da bioconstrução que é amplo. No citado grupo do face tem indicações e uma área de publicações para quem se interessar. Aqui uma boa síntese.

Se ela é durável?!
Quase tudo o que temos de história foi baseado nelas.
A grande mesquita de Djenné foi feita em adobe (técnica de bioconstrução de tijolos de terra) em 1280.






sexta-feira, 12 de junho de 2015

Sanca e moldura.

A moldura dá um acabamento muito bom nas paredes, tanto as revestidas como as não revestidas.
O tamanho depende da dimensão da casa. Creio que quanto maior a casa maior a largura da molduras.

Sigo a mesma lógica dos revestimentos. Não adianta colocar um piso de 80x80 cm num banheiro de 1,30m de largura. Fica ridículo.
Também não fica estético colocar piso de 20x20 cm numa cozinha de 20m2 ou mais.

Como havia instalado o alarme e os fios ficaram pra fora aproveitei para fazer as molduras. Optei por molduras de 12x12 cm retas. Não gosto de rococó.
Apenas lembrando que prefiro sensores com fio. Não esqueci dos conduítes dos mesmos durante a obra, foi apenas saco cheio de ficar orientando pedreiros e achar bizarro essa história de "rasgar depois" da alvenaria tradicional.


Cobrindo os fios do alarme com a moldura.


Também me incomodava a viga no meio da sala de jantar.
Não fiz parede sobre parede nessa parte porque gosto de tudo aberto especialmente na parte inferior da casa e como acima da sala de jantar está a sacada da suíte, ficou uma viga semi-embutida no meio.

Viga semi-embutida que aparecia no meio da sala de jantar.

Se a laje fosse H12, com pequenos ajustes na caixaria (desde que dentro das possibilidades estruturais) até seria possível embutir a viga toda. Sendo H16 ou superior seria bico (evidentemente no vão considerado).
Para sumir com a viga optei pela solução coxinha: sanca.
Admito, acho coxinha pacas, mas como fiz a casa sabendo que seria meu lar temporário pensei na venda: sei que isso cai no gosto da patuléia.

Restavam os fios verticais do alarme, mas esse o pintor se encarregou de sumir com eles.

Fio do alarme da porta descendo pelo canto da parede.


Depois que o gesseiro instala tudo (e faz uma sujeira do cac$%#$) é necessário esperar uns 7 dias para uma secagem completa e aí pode-se pintar, porém o ideal é que se passe umas duas demãos de massa corrida bem diluída (dilui com água e passa com pincel) para dar um acabamento melhor.

Aí minha iniciativa de pintar foi por água abaixo. Massa corrida eu tô fora!
E depois do caos que o pintor fez (não tem jeito, massa corrida é um inferno de sujeira mesmo) eu tive a certeza de que nunca mais usaria tal coisa.
Em alvenaria convencional o pedreiro (o de verdade não o marreteiro) deve fazer com que o reboque na primeira camada (com areia fina e desempenado) fique bom o suficiente para que depois apenas se dê uma leve lixada na parede e se possa pintá-la.

Usei massa corrida em casa não porque goste dessa cara de casa lisinha, mas porque o reboque estava horrível, e depois, nessa fase do gesso/sanca, porque achava que não faria tanta sujeira.

Fio de descida do sensor escondido!

Detalhe da moldura e da sanca ao lado com uma moldura similar.
 
Sanca finalizada e com a fita de led e os spot's de led. Coxinha total!
Na verdade está faltando uns 60cm de fita (note a parte escura à esquerda).
Calculei "nas coxas" e achei que 10 metros seria suficientes.

As fitas de LED vem em rolos de 5 metros. Os tipos mais comuns são as com LED 3528 (30 LED's/m com 24W de consumo e 60 LED's/m com 48W de consumo) e 5050 (alto brilho com 30 LED's/m 36W de consumo e 60 LED's/m com 72W de consumo). Os consumos citados são nos 5 metros.


Costumam vir nas cores branco, branco quente (a que usei), azul, verde, vermelho e amarelo.
Existem também as RGB's que variam a cor conforme o solicitado (tem um controle remoto) e tem efeitos variados. Aí já ultrapassa o coxinha e cai no brega mesmo!

Para uso interno não necessitam de tratamentos para umidade. Já para uso externo devem ser as siliconadas ou até mesmo as em mangueiras no caso de piscina e coisa semelhante.

A escolha da potência e brilho dependem do tamanho do ambiente e da quantidade utilizada. A grosso modo imagine o brilho de uma lâmpada incandescente de 60W (que geralmente cobre um ambiente de 3x4 fácil) como mais ou menos uns 9W de LED e tente visualizar a intensidade que você deseja.

Na minha sanca usei dois rolos de fita 3528 de 24W, ou seja, 48W de LED. Suficientes para o efeito desejado sem exageros.
Os spots foram 5 de 3W, ou seja, 15W de LED sobre a mesa de jantar. Não ficou nada exagerado (não ficaria aconchegante) e nem insuficiente, daí, aquela balela de simplesmente divulgar que uma lâmpada LED de 7W equivale a uma incandescente de 60W é conversa pra boi dormir.

Os spots são ligados diretamente na rede, a fita de LED em geral necessita de fonte.
Usei fonte chaveada de 5A (60W) que cobre com folga a fita.


http://listagram.com.br/comportamento/05/22/10-mandamentos-dos-coxinhas/
 Vai coxinha aí? rsrs